sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Fechado para balanço!

E ai, galera! Semana passada eu prometi postar todo domingo algo novo, e durante a semana também! Porém, nem tudo é como queremos... 
Infelizmente, esse que vos fala esta com alguns problemas pessoais, e precisa se dedicar a eles. Não podendo assim dar a atenção que todos os leitores que sempre me mandam e-mail, comentam as publicações e visitam a página, merecem. Por isso durante o mês de fevereiro, o Blog estará fechado!
Mas prometo que volto em breve com novidades. Ainda mais, sempre que eu tiver uma horinha vaga, faço uma postagem bacana e publico aqui. Então sempre que você estiver de bobeira, dá uma passadinha aqui no Coletânea, vai que tem algo novo? :}


No mais, volto já!

Até mais!!!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Problem Based Learning (Ensino Baseado em Problemas - PBL)


Recebi alguns e-mails dos meus amigos graduandos me perguntando sobre o PBL, outros dizendo que suas faculdades adotam este método de ensino e pediram uma postagem a respeito! E aqui está ela! Hoje vim falar sobre o Ensino Baseado em Problemas!



UM BREVE HISTÓRICO

A PBL foi criada por volta dos anos 70, na McMaster University, no Canadá, Michigan State University, nos Estados Unidos, Universidade de Maastricht, na Holanda e NewCastle University, na Austrália. Esse projeto foi impulsionado pelo baixo rendimento dos alunos no que diz respeito à resolução de problemas que fazia parte do seu dia-a-dia profissional. Foi na década de 80 que a PBL ganhou força nos Estados Unidos, no que diz respeito à educação médica, através do relatório GPEP (Report of the Panel on the General Professional Education of the Physician and College Preparation for Medicine), onde o mesmo recomendava mudanças na educação médica, como a promoção de aprendizagem baseada em problemas, redução do horário de aula, avaliar a capacidade de aprendizado dos alunos de forma independente. Como parte natural do processo, as escolas começaram a desenvolver alternativas paralelas de currículos alinhados com as práticas da PBL.

Por volta da década de 90 começam a surgir à adoção de PBL por escolas fora da área médica, como: Arquitetura, administração, engenharia química, direito, enfermagem, trabalho social, pedagogia e licenciatura. A PBL também é frequentemente integrada a disciplinas como: Biologia, bioquímica, cálculo, química, economia, geologia, psicologia, ciências, física, história da arte, psicologia educacional, nutrição entre outras.

Um extenso estudo, 20 anos de pesquisa, foi realizado para verificar a eficácia da PBL comparada a métodos tradicionais em escolas de medicina. A conclusão destes estudos é que em termos de testes de conhecimento a abordagem utilizando PBL foi comparada de forma igual à abordagem tradicional, mas, os alunos que estudaram usando PBL tiveram um melhor desempenho na resolução de problemas clínicos. Outro estudo, de menor porte, realizado com graduados de um programa de fisioterapia que adotava PBL, mostrou que o desempenho também era similar a métodos tradicionais, no entanto, os estudantes se mostraram mais abertos ao modelo PBL e desta forma, estavam mais empenhados em aprender o conteúdo. As pesquisas não pararam e um relatório recente fez uma sistemática revisão da eficácia da PBL utilizada em programas de educação e a conclusão é de que não há evidência suficiente para responder às perguntas sobre a eficácia da PBL.



DISSECANDO A PBL

Segundo o site da UNIFESP, http://www.unifesp.br/centros/cedess/pbl/, " O Aprendizado Baseado em Problemas (Problem-Based Learning - PBL) destaca o uso de um contexto clínico para o aprendizado, promove o desenvolvimento da habilidade de trabalhar em grupo, e também estimula o estudo individual, de acordo com os interesses e o ritmo de cada estudante. O aprendizado passa a ser centrado no aluno, que sai do papel de receptor passivo, para o de agente e principal responsável pelo seu aprendizado.Os professores que atuam como tutores (ou facilitadores) nos grupos têm a oportunidade de conhecer bem os estudantes e de manter contato com eles durante todo o curso." 

A metodologia do PBL enfatiza o aprendizado auto-dirigido, centrado no estudante. Grupos de até 12 estudantes se reúnem com um docente (tutor ou facilitador) duas ou três vezes por semana. O professor não "ensina" da maneira tradicional, mas facilita a discussão dos alunos, conduzindo-a quando necessário e indicando os recursos didáticos úteis para cada situação. 

Uma sessão tutorial inicial trabalha os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o assunto apresentado; os problemas são primeiramente identificados e listados, e em seguida são formulados os objetivos de aprendizado, com base em tópicos considerados úteis para o esclarecimento e a resolução do problema. Na etapa seguinte os estudantes vão trabalhar independentemente, na busca de informações e na sua elaboração (estudo auto-dirigido) antes da próxima sessão tutorial, quando as informações trazidas por todos serão discutidas e integradas no contexto do caso-problema.

*A metodologia do PBL é considerada ideal para os estudantes que: 
- Sentem-se à vontade formulando objetivos de aprendizado flexiveis mesmo que apresentem, por vezes, alguma ambiguidade;
- Aprendem melhor com leitura e discussão; 
 - Consideram desejável que seu aprendizado seja sempre em um contexto clínico.

O site da University of Delaware tem uma parte exclusiva para a PBL, eu li e gostei, deem uma olhada lá! http://www.udel.edu/inst/







POR QUE PBL?

O currículo tradicional, baseado na divisão de disciplinas, que a maioria das escolas adota, surgiu na década de 20, nos Estados Unidos. O número de publicações e os meios de divulgação de conhecimentos aumentou drasticamente. O resultado foi uma compressão absurda de informações nos quatro primeiros anos de curso, com sobrecarga do cognitivo e pulverização do conhecimento. Dois dos principais problemas deste método hoje clássico são a falta de integração entre as disciplinas, principalmente entre as da base e as específicas e a excessiva autonomia do docente frente a sua disciplina. As formas de controle desta autonomia, através das ementas e programas aprovados pelos órgãos colegiados, raramente conseguem impedir que os docentes incorporem, a cada ano, mais conteúdo, de forma indisciplinada e relativamente anárquica. As avaliações, acompanhando estes problemas, são muito freqüentes, geralmente restritas à esfera cognitiva, coordenadas apenas pelo docente que as faz segundo seu critério de importância, muitas vezes exigindo esforço descabido por parte do aluno e resultando na prática de estratégias pedagógicas "terroristas". Desde a década de 50 currículos alternativos têm sido propostos para controlar estes males, geralmente com pouco sucesso e vida mais ou menos efêmera. Há, hoje, um consenso entre os educadores que o aprendizado deveria ser mais centrado no aluno, que deveria dispor de mais carga horária para atividades de pesquisa e de estudo.

ALGUMAS CONCLUSÕES
 
A aprendizagem baseada em problemas parece ser mais do que uma moda passageira na educação. Este modelo de instrução tem um impressionante histórico de sucesso em educação nas mais diversas disciplinas.
Enquanto a aprendizagem baseada em problemas é muito conhecida na educação médica, é pouco conhecida em outras áreas de conhecimento. Pode-se ir além e dizer que quase não é conhecida nos conteúdos da educação fundamental e média. A isso, podemos citar como principal causa, a grande dificuldade que existe em adotar qualquer que seja um modelo educacional inovador na educação pública.
Certamente, podemos considerar que a educação pública tem um peso muito forte, pois segundo o INEP, hoje é responsável 85% dos estudantes da educação básica.
Outro fator que certamente dificulta a implantação de modelos inovadores na educação fundamental e média são as limitações das escolas ao currículo que é determinado pelas secretarias. Observa-se também que existe sempre uma expectativa de que os métodos de ensino-aprendizagem vão produzir um produto uniforme, resultado este que certamente será frustrado ao implantar PBL.
O que vemos no modelo tradicional são a presença de testes padrões, datas impostas, horários determinados e um ensino que se concentra em repetição e memorização. Em um ambiente assim não há espaço para que professores e alunos mergulharem em um problema interessante.
Felizmente, existem muitos esforços em andamento para contornar as limitações de salas de aulas tradicionais. Cabe aos  educadores e pesquisadores abraçar esta causa e se empenharem para trazerem modelos inovadores para os alunos.
Ainda existem dúvidas acerca das vantagens da PBL em relação ao modelo tradicional de ensino, no entanto, não se pode desprezar a clara eficiência do modelo em colocar o aluno como ser ativo no processo de ensino-aprendizagem e ainda de colocar o professor como um tutor que incentiva o aluno a construir as suas próprias conclusões apenas o direcionando para o rumo certo, essas são características que certamente farão parte do futuro da educação.
Ainda, pode-se destacar a forte aproximação deste modelo com os atuais meios de comunicação, como as redes sociais, ou mesmo o acesso à tecnologia, que hoje já é uma realidade crescente, desta forma, a educação precisa evoluir com essas gerações e acompanhar esse turbilhão de mudanças e tendências.

Eu não conhecia muito sobre PBL, parei para ler esses dias, e achei bem interessante, inovador e promissor! Bom, não posso dar um parecer pessoal a respeito disso, mas certamente os leitores que vivem a PBL podem dar relatos, é só enviar para o e-mail, ou publicar nos comentários e eu atualizo a postagem! =D

Espero que tenha esclarecido para quem tem dúvidas, e acrescentado para quem conhece um pouco este modelo! Erros e acréscimos é só me dizer!

Você tem alguma sugestão, postagem que queira pedir, ideia, ou quer colaborar com um texto, uma coluna, ou contar sua história? Só entrar em contato com o blog! Através do e-mail: coletaneastreita.gmail.com 
Mande seu 'oi' e participe da nossa página! Afinal, isso aqui é só um reflexo do que vocês querem ler, e juntos vamos além! Espero pela sua sugestão! 

Abraços e Até mais!!

 

(Muitas fontes foram utilizadas para criar esse texto, se quiserem é só pedir através do e-mail que envio a vocês)



De volta!

Oi, galera! 

Tô de volta! Mal cheguei e já fiquei triste com o que aconteceu no Blog! Vi que as postagens automáticas não foram ao ar, deixando todo mundo sem post novo! ô, gente, me desculpem. Eu não tenho muita experiência nisso, e como disse, sou marinheiro de primeira viagem! 
Bom, agora que voltei tentarei normalizar as coisas, e os e-mails que recebi serão todos atendidos na medida do possível! =)
Muito obrigado a todos que continuaram acompanhando o Blog até hoje! Já passamos de 3 mil visitas!

Outra coisa, agora eu iniciarei algumas coisas que tomarão uma grande parte do meu tempo, isso se extenderá até nem eu sei quando. Já que as aulas começam em fevereiro, e com ela vem as Ligas, Estágios, Trabalhos, Cursos e os extras. Por isso, como sugestão de um amigo meu, e pensando bem, farei postagens 2 à 3 vezes na semana! 
Todo DOMINGO tem post novo, e o outro post será em um dia não fixo! Depende dos horários. Mas não quero deixar o Blog desatualizado. - Cá entre nós, isso aqui tá sendo quase uma terapia. hahaha
Então fica assim: DOMINGO post novo, e um dia durante a semana post surpresa! 

PORÉM para compensar minha falta, hoje mais tarde sairá um post fresquinho, repescando todas as publicações que não foram ao ar automaticamente!

Para ficar atualizado é só dar uma olhada na página do facebook clicando aqui: https://www.facebook.com/DissecandoColetaneaEstreita
Lá eu sempre tento avisar que tem coisa nova!

Em breve mais novidades: farei abas com links para curiosidades, vídeos, videoaulas e tudo mais!

Abraços e volto já!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Au Revoir!

Galerinha, essa semana o Blog caminhará com um pouco de lentidão, ao menos suponho, porém tentarei dar um jeito de não deixar desatualizado!
A pessoa que vos fala está viajando, e onde estou só tenho internet quando chego em casa, ou seja, geralmente quase nunca (brincadeira, à noitinha fica tranquilo, mas eu quase não tô em casa...). Mas eu separei algumas postagens automáticas e elas irão para o blog todo dia à partir das 11:00h da manhã!! Tem muita coisa legal ai, desde o guia de um 'curriculo ideal' até um 'guia de cultura do vestibulando'
Não deixe de acompanhar, compartilhar, curtir e comentar!


Um abraço e até mais!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Faça-os sorrir, ao menos uma vez

Esse texto foi extraido do Medicina Depressão, e escrito pelo Residente Bruno Porto. Uma das maiores lições que já li, de um valor gigantesco, assim resolvi compartilhar com vocês!

"Quando cheguei no quarto andar, na ala da Neurologia, há quase 2 anos, adentrei um espaço mais antigo com corredores escuros, onde escutava os gemidos de dor do pós-operatório neurocirúrgico. Aquilo fez meu coração tremer.
Vi então pacientes com cabeças partidas, costuradas, edemaciadas, e chamou minha atenção um moço de 23 anos (que retirou um tumor agressivo no cérebro) próximo da alta hospitalar.
"Dr., saindo daqui eu vou me casar!!". E mostrou-me a foto de sua linda noiva.

Disse isto com as lágrimas retidas em seus sulcos da face deformada. Seu olho direito, cego e quase para fora, também brilhava a esperança e a coragem que só o amor traz. Seu sorriso torto, puxando o ar a todo segundo para não cair a saliva, era o mais endireitado de toda a Terra.

No mesmo dia internei uma paciente que ficou na cadeira de rodas em questão de dias por conta de uma inflamação auto-imune na coluna, e depois de 8 horas de viagem extenuante (vinda do norte de Minas, de uma subárea miserável) sua boca seca transparecia agonia.
Ela não me deu boa tarde. Na doença seu marido a abandonou, embora tenha jurado "na doença e na morte" na frente do padre.

Meu maior desafio, além de descobrir a doença dela, foi devolver-lhe o sorriso no rosto- tal qual conheci naquele rapaz de outrora. Consegui, depois de dias.

Aquele rapaz de valor e coragem faleceria alguns meses depois, nos braços de sua amada (...)
...e serviu não só de modelo para todo o resto da minha residência, que está na reta final... como para todo o resto da minha vida. E toda a luta, todo o sofrimento que eu vejo todos os dias e noites intermináveis, todas as pessoas que eu vejo chorando baixinho frente a diagnósticos incuráveis pelos corredores urgem em minha cabeça a seguinte ordem, suavizando meus nervos-
(...)
"Faça-os sorrir ao menos uma vez, como se fosse a eternidade, custe o que custar"

Capítulo 2 - A primeira vez a gente nunca esquece, O Retorno


Mais do que o a 'Primeira aula de anatomia' - da qual eu já falei AQUI - o primeiro dia de Faculdade é o segundo dia mais importante na vida acadêmica de um calouro



Sua vida mudou. Você agora mora sozinho, ou em uma república, ou ainda com os pais. Mas, afirmo, independente de sua situação, sua vida mudou. Cada um de um modo em particular, porém todos no mesmo bote: Faculdade!

Que tal fazer que nem nosso amigo aqui no vídeo? AHAHAH Brincadeira.





Você nem dorme mais de tanta ansiedade. Planejou esse dia por anos, quer conhecer os colegas de turma que só viu pelo facebook, ou no lanche que vocês marcaram pela internet e foram apenas 5 pessoas, talvez por sorte já conheça alguém de antes... Enfim, na verdade o que todos querem é festa! (brincadeira, rs). Todo mundo quer fazer novas amizades, sair com 'o pessoal da faculdade', mudar a rotina, viver uma vida nova, agora com mais responsabilidades. Você já mora sozinho, sabe fazer miojo e ovo frito (às vezes, nem isso,rs) mas é responsavel, afinal toma conta sozinho de uma casa.



Do resultado do vestibular para o início das aulas costuma demorar em torno de duas a três semanas. Nesse meio tempo ocorrem os trotes familiares, dos amigos mais intimos, e também de quem você nunca viu. Sua mãe te coloca só de bermuda pra correr na rua, pedir dinheiro pro vizinho (aqui em casa foi alimento, eu tinha que ir de porta em porta no bairro pedindo um alimento não perecível, depois fizemos uma doação), ai surgem os vizinhos que te amam, que querem um desconto na consulta, que não vivem sem seu estetoscopio e aparelho de pressão: "ô doutÔ, mede minha pressão, fazendo um favô, to cuma canseira, uma dor nas cadeira..." ( Ai de você se recusar! Não interessa o momento! Eles já começam isso logo no dia do trote, sujo mesmo, afinal agora você é doutor, engenheiro, professor, o que seja, sabe tudo!) 


"Quando eu passei''


 Aqui em casa eu totalizei 4 trotes. meu cabelo também passou por alguns estágios... primeiro ficou à la Neymar, depois Ronaldo Fenômeno na copa de 2002, até virar carequinha. Tinta, acho que acabaram com todo o estoque. Esmalte, catchup, ovos (pobres galinhas), se contabilizasse o tanto de farinha dava pra fazer uns bons bolos! Fora as roupas que rasguei, além de somar um bonito tombo na escada! A parte boa? Tudo era parte boa, pra falar a verdade! No começo eu não queria que mexessem no cabelo, mas acabei cedendo, e todo trote tinha um churrasco - Desde já quero publicamente pedir desculpas aos meus amigos de longa data, que prepararam uma festa pra mim, e eu só dei o ar da graça durante 30 minutos e fui embora. É que, no dia dessa festa, eu tive o desprazer de um mal-estar, e ele durou muito tempo – 

 
 Bom, minha história começa no início de Janeiro. A desilusão já havia chegado, eu achava (como sempre) que não ia passar em nada, que não tinha ido muito bem. Havia começado a pesquisar sobre cursinhos, estudar sozinho, dicas e afins. Afinal, eu tinha que criar vergonha, tinha que passar! Nesse meio tempo meu pai pedia paciência, minha mãe rezava e eu me arrependia de não ter dado o meu melhor, e ainda mais, me sentia culpado por tudo que não fiz! Os dias iam passando, e eu ia arrumando as coisas para um novo ano de estudos. Até que numa segunda de manhã tá lá: APROVADO! Na primeira faculdade! Só havia um porém, eu ia ter que ir embora. Na verdade, eu sempre quis morar fora, mas não sabia que ia ser assim no susto... Bem, comemorei que nem louco, passei mal, chorei, contei pra todo mundo, inclusive pros parentes que me ligaram em todos os vestibulares, e nunca me ligaram no meu aniversário. – Primeiro trote – Eu não dormia, não fazia nada além de pensar na faculdade. Assim fui arrumando apartamento para morar, conhecendo os meus colegas de classe, enfim, fui me organizando. Viajei até lá, assinei os papeis, fiz a matrícula, voltei e ia embora dali aproximadamente 20 dias. As aulas começavam só em Março, ainda tinha tempo.

Vida vai passando, a realidade vai batendo, eu realmente ia embora. Minha mãe me olhava com a cara de piedade misturada com orgulho o dia inteiro, eu não sabia nem o que dizer, ela não queria que eu fosse e ao mesmo tempo queria que eu fosse. Entende? Haha. Meu pai muito sério, só falava ‘É isso ai seu sonho, filhão, pai te apoia sempre!’, porém continuamente eu pegava ele e minha mãe confabulando um jeito de irem todo o fim de semana para minha nova casa.



 Em fevereiro era meu aniversário, dia 28 (tá chegando, rs), eu já estava até conformado, ia comemorar por aqui mesmo, as aulas começariam dia 4 de Março e eu estaria lá! Meus veteranos já haviam me alertado do trote, e por sorte (ou azar,rs) eu conhecia um deles, e já tinha me alertado que ‘o trote especial’ estava pronto pra mim. A medida que ia se aproximando o dia de ir, mais coisas eu tinha para resolver. Na véspera do meu aniversario recebi uma ligação, aqui da faculdade em juiz de fora, dizendo que eu havia sido chamado, para eu ir lá com urgência, levar meus documentos e fazer a matrícula!


Caraca! (não sei nem que expressão usar aqui, não existe nenhum adjetivo que descreva,rs) foi uma felicidade instantânea, eu agradeci tanto a moça que me ligou, que parecia uma declaração de amor, rs. Porém, trollei meus pais, disse que eles ligaram para avisar que as chamadas haviam se encerrado, mas que o reitor foi com minha cara e me deu a vaga, rs. Tadinhos, choravam, cantavam, me abraçavam, pulavam, tudo que eu não tinha reação para fazer. Era êxtase puro! Fiquei apático, e a ficha só caiu uns 3 meses depois. Sério! Na mesma hora fomos atrás para desfazer tudo na outra cidade, e recomeçar tudo em JF! Que presentão de aniversário hein! Mas, diante disso tudo eu fiz 20 anos e nem vi, meu aniversario passou e eu nem reparei, não comemorei, esqueci completamente hahaha. Bom, a instrução era clara: Eu deveria começar as aulas o quanto antes, já havia um mês e eu não poderia perder mais tempo, dali umas semanas já começariam as provas. Deus do céu, onde eu me meti? E agora? Vou reprovar.


Mas tenho que ir. E fui, primeiro dia de aula, 29 de fevereiro de 2012, meu pai não me levou, eu fui de ônibus (um dia vou fazer um post sobre minha carteira de  habilitação, era pra eu estar com ela desde os 19 anos, porém, fui procrastinando e até hoje eu não tirei, rs, vergonha alheia). Na véspera eu não dormi nada, nada mesmo! Fiquei esperando as horas passarem para eu ir logo. Meu horário que recebi dizia que eu teria 5 aulas de Fisiologia pela manhã, Biologia celular, e à tarde Bioquímica prática. Eu já havia ido ao Xerox para pegar as mil e uma noites  apostilas que eu precisava ler, para compensar o atraso. Como moro longe, quase o lado oposto a minha faculdade, levantei cedo, estava com o horário do ônibus escolar em mãos, meu pai me levou para o ponto e lá aguardei. Assim que  chegou a condução, entrei, estava lotada, me sentei lá no fundo (a principio eu tenho uma vergonha de tudo muito grande, depois acostumo) e fiquei.

 Chegando na faculdade, entrei na sala, logo fui reconhecido por um colega, que por sorte, me incluiu no grupo dele, durante a manhã o dia passou agradável, as aulas de Fisiologia foram muito boas (sou suspeito, gosto muito, rs) e chegou o almoço, desses meus novos ‘colegas’ nenhum iria ficar almoçando lá, eu teria que ficar ‘sozinho’, então resolvi ocupar meu tempo na biblioteca, na verdade resolvi ir a biblioteca pegar uns livros para estudar o que havia atrasado. Peguei logo 4. Era o limite, eu estava totalmente perdido, e não sabia por onde começar. Desci para a cantina lotada, coloquei meus livros, minha mochila e minha jaqueta em uma mesa lá nos fundos e fui me servir. Nisso já havia visto uma mesa com umas 15 pessoas da minha sala, sorridentes e descontraídos, mas ninguém ali me conhecia. E eu não ia me oferecer para sentar com eles, a vergonha era muita. Me servi e voltei a mesa, enquanto almoçava folheei o livro de fisiologia e fui marcando o que era pra estudar, até que ouvi uns ‘psiuuuuuu, ouuu novato, psiuuuu’ Eram duas moças da mesa da minha sala (todos já me olhavam a essa altura) chamando para sentar lá. Pedi um minuto, acabaria de almoçar e iria pra lá. (Pareceu arrogante, não é? Mas não foi, eu estava sem jeito, sem graça, mas a verdade é que eu queria ir assim que eles me chamaram, rs.) Assim fui e ali na mesa, eu conheci meus primeiros amigos, e os que eu mais me identifiquei, hoje somos um grupo de amigos, que surgiu do almoço! Haha. Dali em diante comecei a grudar em alguns, eu precisava me enturmar, e comecei a descobrir que todos eram muito bacanas, me receberam muito bem, para minha surpresa. O que eu esperava era mais ou menos um mês de ‘solidão’ já que a maioria tinha se enturmado antes. Porém me surpreendi muito, todos foram muito educados e solícitos. 

Me dei bem! Hahaha


 Assim como meus professores, que me orientaram da melhor forma possível. Seguido dali, era uma quarta feira, logo no sábado eu fui ao primeiro churrasco da sala, que também, permaneci durante apenas 1 hora (essa minha mania de ir aos eventos correndo – mas foi por um motivo justo). Mas pude conhecer melhor meus novos amigos. Haha.



Mas só algumas coisas:


-Por favor, não vá à faculdade achando que é uma festa! Arrume-se normalmente, tome um banho (é claro) e vá como se fosse ao colégio. Não é desfile de moda, e pega muito mal isso.

- Lembrando que aquele clima de escola não existe mais, é melhor ir estabelecendo um bom relacionamento com os novos professores, sem parecer que você é um puxa saco, porque ninguém suporta isso. E não confunda, no entanto, liberdade com libertinagem.

- A principio tente ser discreto, conquiste seu espaço aos poucos, ficar aparecendo demais pra galera que ainda não o conheceu é motivo de fofoca e aversão.

É isso!



Desde então já se fazem 1  ano que estou lá, e hoje é a data em que recebi meu primeiro resultado. Pra celebrar, deixo a vocês essa experiência, e volto depois com a primeira experiência de participar e apresentar um trabalho em um Congresso!



Até mais!